Malthus - Medicina Legal

Durante impactos contundentes, ossos tubulares estão sujeitos a forças compressivas (local do impacto) e de tração (lado oposto ao impacto); isso faz com que os ossos quebrem por tração antes de compressão, produzindo padrões de fratura em forma de Y com fragmentos de ruptura (fragmentos em asa de borboleta).

Por muito tempo acreditou-se que o lado do osso que exibe o fragmento de ruptura é designado como o lado do impacto, com a quebra inicial ocorrendo no lado oposto.

Entretanto, em uma pesquisa* com impactos contundentes em 255 fêmures de ovelhas, contrariamente ao pensamento anterior, Samantha L Reber e Tal Simmons observaram que apenas 60% das fraturas completas em asa de borboleta exibiam fragmentos de ruptura no lado do impacto.

Embora as fraturas se iniciem no lado de tração, os fragmentos em asa de borboleta formaram-se tanto nos lados de compressão quanto de tração.

Usando critérios recém-definidos para a forma do fragmento de ruptura, o lado do impacto foi estimado com 98% de precisão tanto para fraturas completas quanto parciais em asa de borboleta. Além disso, os resultados sugerem que o local do impacto está localizado em um dos braços da fratura em Y, e não no centro do fragmento em asa de borboleta, como anteriormente modelado.

*J Forensic Sci 2015 Nov;60(6):1401-11. doi: 10.1111/1556-4029.12797. Epub 2015 Aug 20. Interpreting Injury Mechanisms of Blunt Force Trauma from Butterfly Fracture Formation Samantha L Reber, Tal Simmons